Mangueira define seu Hino para o Carnaval 2026

 

Parceria de Pedro Terra, Tomaz Miranda, Joãozinho Gomes, Paulo César Feital, Herval Neto e Igor Leal vai representar a Verde e Rosa no próximo Carnaval

A Estação Primeira de Mangueira definiu na madrugada de sábado para domingo (27/9) o seu samba-enredo para o Carnaval 2026. A parceria de Pedro Terra, Tomaz Miranda, Joãozinho Gomes, Paulo César Feital, Herval Neto e Igor Leal, com o Samba de número 15, levou a melhor na disputa e será o Hino da agremiação na Marquês de Sapucaí.

Com o Palácio do Samba completamente lotado, a Nação Verde e Rosa acompanhou o show inédito “Mangueira, a cara do Povo”. E, na sequência, as quatro parcerias finalistas se apresentaram com suas torcidas.

“Temos um samba campeão e um samba grandioso como foi a história de Mestre Sacaca”, avalia Sidnei França, carnavalesco da Estação Primeira de Mangueira. “Nossa samba faz jus à grandiosidade do nosso enredo e de todo esse processo que começou no Amapá e que confirma essa vocação que a Mangueira tem, de contar os Brasis, de trazer à tona as histórias invisibilizadas”.

A Verde e Rosa recebeu neste ano um total de 22 sambas, sendo seis do Amapá, onde uma delegação da escola esteve presente para escolher os finalistas do estado, e 16 no Rio de Janeiro. Dois deles estão presentes na final.

A Estação Primeira de Mangueira levará para a Marquês de Sapucaí no Carnaval de 2026 o enredo “Mestre Sacaca do Encanto Tucuju – O Guardião da Amazônia Negra”, que mergulha na história afro-indígena do extremo Norte do país a partir das vivências de Mestre Sacaca. O enredo é assinado pelo carnavalesco da agremiação Sidnei França. E dá início ao triênio do centenário da agremiação.

Confira a letra do samba-enredo vencedor:

Finquei minha raiz
No extremo norte onde começa o meu país
As folhas secas me guiaram ao turé
Pintada em verde-e-rosa, jenipapo e urucum
Árvore-mulher, mangueira quase centenária
Uma nação incorporada
Herdeira quilombola, descendente palikur
Regateando o amazonas no transe do caxixi
Corre água, jorra a vida do oiapoque ao jari
Çai erê, babalaô, mestre sacaca
Te invoco do meio do mundo pra dentro da mata
Salve o curandeiro, doutor da floresta
Preto velho, saravá
Macera folha, casca e erva
Engarrafa a cura, vem alumiar
Defuma folha, casca e erva… Saravá
Negro na marcação do marabaixo
Firma o corpo no compasso
Com ladrões e ladainhas que ecoam dos porões
Ergo e consagro o meu manto
Às bençãos do espírito santo e são josé de macapá
Sou gira, batuque e dançadeira (areia)
A mão de couro do amassador (areia)
Encantaria de benzedeira que a amazônia negra eternizou
No barro, fruto e madeira, história viva de pé
Quilombo, favela e aldeia na fé
De yá, benedita de oliveira, mãe do morro de mangueira
Ouça o canto do uirapuru
Yá, benedita de oliveira, benze o morro de mangueira
E abençoe o jeito tucuju
A magia do meu tambor te encantou no jequitibá
Chamei o povo daqui, juntei o povo de lá
Na estação primeira do amapá

** Este texto não necessariamente reflete, a opinião do FoliaDoSamba