PROSA DO FOLIA: Léo Capoeira, Mestre de Bateria da Unidos de Bangu

Batendo um papo hoje no “Prosa do Folia” temos Léo Capoeira, Mestre de bateria da Unidos de Bangu. O comandante da Caldeirão da Zona Oeste fala um pouco da sua trajetória no samba, inspirações, carnavais marcantes e muito mais. Confira.

 

Quem é o Léo Capoeira?

– Bom, além de mestre de bateria, fora do carnaval sou músico. Trabalho com capoeira e projetos sociais com crianças e adolescente da comunidade de Cascadura, Quintino e Bairros vizinhos.

 

Como começou sua trajetória no mundo do samba?

– Desde novo eu sempre gostei de batuque, ritmo, música e samba.  No meio da capoeira a gente trabalha com a musicalidade, então desde cedo eu gostei desta área. Antes do carnaval eu joguei futebol, cheguei a ser júnior e junto ao futebol sempre fui capoeirista. Me machuquei antes de me profissionalizar então larguei o futebol e fui para a capoeira. Conheci o mundo do samba através de um amigo que jogava comigo. O pai dele era presidente da ala de compositores da Lins Imperial e surgiu o convite de desfilar na Lins em 96 a 97 onde desfilei pela primeira vez.

Por quais escola você já passou?

– Na Lins Imperial eu acabei fazendo grandes amizades e com essa interação com as pessoas eu acabei conhecendo outras escolas. Já passei por várias tanto do Especial quanto acesso. Como mestre eu assumi a Tradição em 2010 e fiquei até 2014. Depois fui para Curicica e em 2018 cheguei na Unidos de Bangu.

 

Como começou sua relação com a Unidos de Bangu e como surgiu o convite?

– Após a queda da Curicica eu recebi o convite da diretoria anterior da Unidos de Bangu. Assim que eu cheguei em 2017 para o carnaval 2018. Comecei um trabalho de manutenção, escolinha de bateria, onde até hoje trabalhamos assim na Caldeirão da Zona Oeste.

 

 Qual seu carnaval e seu samba mais marcante?

– Tem muitos sambas que eu gosto, mas destaco o da Mangueira de 2010 onde desfilei na escola. Quanto ao carnaval, em relação ao trabalho na bateria os anos de 2017, 2018 e 2020 foram marcantes.

Você é mestre de bateria, mas samba no pé você tem?

– Quando precisa a gente dá uma rabiscada rs. Sei sambar um pouco, morei fora do Brasil e mesmo sendo músico, trabalhando com carnaval lá fora precisei fazer uns quadros sambando também.

 

O que te deixa mais tenso, se apresentar para o jurado ou ver as notas na apuração?

– Com certeza as notas.  A gente faz um trabalho durante meses e a o que queremos é ver o resultado. A gente espera ainda mais se o trabalho for desenvolvido com excelência, quando não vem a gente fica mais preocupado, é bem mais tenso, se apresentar é bem mais tranquilo, sem estresse.

 

 Já aconteceu algum imprevisto na hora do desfile?

– Muitos rs, o mais marcante foi 2019 onde minha roupa do desfile foi roubada, assaltaram a pessoa faltando 40 minutos para o desfile. Foi mais complicado, mas graças a Deus resolvemos da melhor forma. Desfilei com calça branca, blusão de apoio, o tênis era vermelho, a escola vermelha e branca então estava tudo certo.

 Você tem alguma inspiração no samba?

– Várias, principalmente as pessoas referências que são Mestre Mug, Odilon, Celinho, Ciça, Koé. Tem meus respeitos alguns “anônimos” também que fazem uns trabalhos como movimentação, fazem acontecer como Claudinho Leão, Henrique, falecido João Maluco, esses resolvem muita coisa no corredor da bateria, esses tenho a gratidão eterna.

 O que o carnaval mudou em sua vida?

– Com o carnaval eu consegui morar fora do país. Até hoje tenho muitos amigos, muitos trabalhos em lugares do mundo, viajei muito e até hoje viajo. O carnaval agrega muito valor no meu crescimento como ser humano

O que o carnaval significa na sua vida em apenas uma palavra

– Cultura

Para finalizarmos deixe o recado do Léo Capoeira para os internautas do Folia do Samba e amantes do seu trabalho

– Primeiramente quero agradecer o carinho do site pelo espaço e a oportunidade. A todos que me acompanham desde sempre, que se cuidem independente de qualquer coisa, temos que estar precavido. Com essa transformação que estamos vivendo posso dizer que teremos um 2021 muito mais forte e revigorado. Que todos tenham um pouco de paciência pois o ano está acabando e 2021 está chegando e com ele se Deus quiser a vacina para podermos organizar a nossa vida com tranquilidade.  Ano que vem Bangu promete, bateria Caldeirão da Zona Oeste será mais um espetáculo. Quero deixar um abraço à toda minha diretoria de bateria, da escola e meu presidente parabenizando todos pelo espetáculo de 2020.

** Este texto não necessariamente reflete, a opinião do FoliaDoSamba