Confira a sinopse do enredo “Eu sigo Nordestino”, da União de Maricá para o Carnaval 2023. O texto é de autoria do carnavalesco Renato Figueiredo. Vale destacar que não haverá disputa de samba-enredo, pois a obra é encomendada. No próximo ano, a escola será a 11ª a desfilar no primeiro dia da Série Prata, em 24 de fevereiro, na Intendente Magalhães.
SINOPSE – EU SIGO NORDESTINO
Imagine você, o Brasil ser dividido
e o nordeste ficar independente?
São nove estados e uma ruma de gente…
feliz, criativa, respeitosa e valente.
Com seu próprio jeito de ser, cada qual com suas particularidades e diversos povoados, com nordestinos de todos os tipos, em todos os cantos e lados.
De precisão, descasos e desatinos
se originou a consciência daquela “nação”.
Da peste, despejada pelos cobiçadores,
ao cabra, porreta e arretado, se deu, de cabra macho à mulher valente, um sujeito singular.
Mas o nordestino é muito mais do que uma veste. Chapéu de cangaço, sozinho, não faz cabra da peste.
Nordestino é um povo forte, que nasce com a nobreza do sertão, com sotaque que dá norte a sua forma de expressão.
Pergunte a um nordestino se o seu sonho de menino é deixar o sertão? Por certo ele dirá, com toda a convicção, que se Deus, dez vidas lhe desse, escolheria sempre o nordeste para ser o seu natal torrão.
Quis o destino que naquelas terras, de sol à pino,
brotasse um povo amigo, hospitaleiro e acolhedor. Que se destaca em todo o canto, pelo excesso de talento e amor.
No Brasil você encontra o nordeste em cada canto que for.
O nordestino é antes de tudo um povo que merece respeito, pois peleja dia a dia, contra essa covardia, que é o tal do preconceito.
Nordeste…
De arte, cultura e histórias de encantarias e assombração, como as que tão bem contou o pequeno João.
Terra onde brotou Margarida Alves, Mestre Vitalino, Mãe Menininha, Patativa do Assaré, Ariano Suassuna, J. Borges, Paulo Freire e Gonzagão…
Capitão, ali… só Virgulino! Que perdeu a pureza da vida, ainda menino, escrevendo, do céu ao inferno, o seu destino de cão.
Terra de cordel e poesia, contados com maestria e com muita entonação. Nordestino é o embalo da sanfona, alegria da chuva no sertão, poesia que a alma emana, a música que acalma o coração. São imponentes como as praias que destacam a beleza daquela região.
O gibão é sua armadura,
feito lança certeira é a sua fé,
de Padre Cícero vem a esperança
pra enfrentar a vida do jeito que ela vier.
Nordestino é feito o mandacaru, que mesmo na seca floresce e fica firme no chão. É gente sabida, pós graduada na vida e regada a gratidão.
Feito a asa branca, segue convicto o seu destino, pois maior que qualquer alheio preconceito, é o seu orgulho de ser nordestino!
Sim! O nordeste é de se orgulhar.
Se houvesse a tal divisão, quem sairia perdendo, não seria o povo de lá.
Por tudo isso, digo:
Eu sigo nordestino…
mesmo sendo de outro lugar.
Texto e pesquisa: Renato Figueiredo
G.R.E.S. UNIÃO DE MARICÁ – Carnaval 2023
** Este texto não necessariamente reflete, a opinião do FoliaDoSamba