“Chico Xavier — Nas entrelinhas da alma, as raízes do céu em Uberaba”
Às margens do invisível, onde a eternidade sussurra segredos aos corações sensíveis, uma carta desce dos planos superiores. Escrita com a tinta da saudade e assinada pela serenidade de Francisco Cândido Xavier, a escritura não vem apenas para narrar uma história, mas para costurar memórias com fios de luz e fé. Trata-se de uma psicografia, um gesto de amor do além para os vivos, que ultrapassa as fronteiras do tempo.
O papel onde essas palavras repousam é Uberaba: mais que cenário, personagem sagrado de um evangelho vivido em silêncio e caridade. A cidade não é apenas morada terrena, é portal. É onde o céu se curva à terra para semear milagres miúdos, feitos de pão, de consolo, de escuta.
Na suavidade dessa carta espiritual, Chico nos leva pela história imortal de Uberaba, como quem conduz por um templo vivo. Cada esquina guarda sua ancestralidade, cada árvore testemunha orações murmuradas ao entardecer. Ali, a matéria se rende ao espírito, e a rotina vira ritual.
É nessa paisagem de singeleza e mistério que o médium fez florescer sua missão de luz. Uberaba, em sua aparente simplicidade, se torna berço de revelações. É nela que a dor encontra abrigo e o amor ganha eternidade. É palco onde anjos tomam forma de gente e onde os aflitos voltam a sorrir. Não porque tudo se resolveu, mas porque passaram a compreender.
Neste carnaval, não apenas desfilaremos, mas entregaremos à avenida uma carta do além. Uma carta onde Chico, com a brandura de sempre, narra em poesia a história da cidade que o acolheu como filho, como farol e como ponte entre dois mundos. A Tom Maior convida o povo do samba a abrir o peito e elevar o espírito ao céu: Chico Xavier nos chama. E Uberaba responde!
** Este texto não necessariamente reflete, a opinião do FoliaDoSamba